Depois de deixar o palco do Programa da Tarde, da Record, na tarde de
sexta-feira (26), Ronaldo Esper se desculpou com seus fãs através de sua
página do Facebook.
Durante sua participação, o estilista se ofendeu com uma pergunta feita
pelo apresentador Brito Júnior e se recusou a continuar no palco da
atração, quando o programa estava no ar, dizendo que tomaria as medidas
legais contra a ofensa que estava sofrendo.
Ronaldo foi questionado por Brito sobre uma declaração que
Clodovil teria feito em 2005, sobre o caso em que Esper foi acusado de
furtar vasos de um cemitério em São Paulo.
No mesmo instante o costureiro questionou a pergunta e de onde Brito
teria tirado essa informação. Com o programa no ar ele disse que tal
afirmação de Clodovil nunca existiu e que lamentava a produção do
Programa da Tarde ser tão desinformada.
Leia na íntegra a mensagem que Esper postou:
“Peço, encarecidamente, desculpas ao público e aos telespectadores pela
atitude tomada no Programa da Tarde comandado por Brito Junior e
Ticiane Pinheiro, mas não havia como continuar no programa com a forma
como se procurava denegrir minha imagem. Eu não compreendo como alguém
pode chamar uma pessoa para ir a sua casa e, uma vez lá dentro, passar a
denegrir a imagem dessa pessoa, colocando-a como alguém de má índole
ou, o que é pior, de índole criminosa. Tenho 50 anos de alta costura. Já
vesti milhares de mulheres da alta sociedade e classe média. Já convivi
com autoridades de alta patente, artistas famosos e gente comum e nunca
fui tão humilhado assim. Nunca escondi nada de ninguém e sempre
procurei ser correto em minha vida pessoal e profissional.
O evento dos vasos já ficou por demais esclarecido. Fui preso e
processado porque alguém quis ter seus momentos de fama. Fui absolvido,
tanto na primeira instância (vara criminal comum) como na segunda
instância (tribunal de justiça) onde três desembargadores reconheceram
que crime algum cometi. Não houve furto algum de vasos, pois os mesmos
não se encontravam em nenhuma sepultura e sim no lixo, junto com
entulhos de sepulturas destruídas e desativadas. Este fato é o ponto
negro em meu quadro branco, pois apesar de a justiça ter declarado minha
inocência, me absolvido das acusações feitas por um promotor de
justiça, as pessoas ainda se deixam levar pelo fato e não pelo resultado
dele. Sou obrigado a ouvir gracejos e sinto olhares desconfiados sobre
mim. Isto não é justo, pois crime algum cometi. Eu esperava que esse
fato, com o tempo, caísse no esquecimento, mas sempre existe os algozes
que gostam de reviver o passado com o único intuito de espezinhar,
diminuir a pessoa, constrangê-la e humilhá-la. Mas, ainda assim, quando
se trata do episódio dos vasos, sempre que perguntado eu respondo, com
um nó na garganta, mas respondo para não deixar nenhum mal entendido.
Contudo, no programa de hoje, o apresentador Brito Junior, não
satisfeito com a pergunta sobre os vasos que já havia sido feita no
programa anterior, veio com uma nova pergunta, completamente fora do
script do quadro, sugerindo que o falecido Clodovil Hernandes teria
afirmado que eu roubava objetos de arte de amigos de São Paulo ou dos
outros. Ora, o que pretendia Brito Junior com essa nova pergunta? Com
certeza não era esclarecer nenhuma dúvida, pois nunca houve qualquer
menção nesse sentido, seja por Clodovil Hernandes ou qualquer outra
pessoa. A real intenção do apresentador Brito Junior e de seu programa
era me espezinhar, marcar-me como um ladrão ou pelo menos como alguém
que é constantemente acusado de roubar. Surpreso com a conduta do
apresentador Brito Junior, o qual havia feito o questionamento antes do
intervalo comercial, já que estávamos ao vivo, consultei meu advogado e
empresário que se encontrava na plateia sobre essa lamentável postura do
apresentador, tendo o mesmo tentado me demover de tomar alguma atitude
drástica.
O intervalo comercial durou uma eternidade. Vi passar em minha mente
toda uma vida de trabalho, de dedicação, de sofrimento e também de
conquistas e não poderia permitir que insinuações dessa natureza viessem
macular, mais uma vez, a minha honra e minha dignidade. Ao voltar do
intervalo comercial, novamente o apresentador Brito Junior refez a sua
capiciosa pergunta, não sem antes colocar no rosto um sorriso de
menosprezo. Minha vontade foi de ofender, xingar, ‘rodar a baiana’, dar o
show que eles me direcionavam para dar, mas me contive. Lembrei-me de
minha educação. Achei melhor apenas questionar o apresentar sobre qual
seria a sua fonte, pois sabia que esta não existia e nunca existiu,
sendo apenas fruto da malevolência televisiva. Ele engasgou, gaguejou e
tentou se justificar, mas o mal já estava feito. Senti-me profundamente
ofendido. Posso dizer, até mesmo agredido com a leviana imputação que me
era feita quase com o dedo em riste afirmando que eu havia roubado
objetos de arte dos outros. Por mais que eu quisesse continuar, por mais
que meu advogado me pedisse calma, não havia como continuar ali, de
frente com meu algoz que tinha, por único objetivo, me macular como um
ladrão. Fiz o que devia ser feito. Me desculpei com o público e os
telespectadores e simplesmente sai do programa com a cabeça erguida de
quem nada deve e que irá buscar uma reparação pelo mal cometido. Na
saída, um séquito de produtores e funcionários ainda tentaram me demover
do abandono do palco, mas não havia mais clima para continuar. Quiseram
justificar a infeliz pergunta com um matéria jornalística antiga onde o
estilista Clodovil Hernandez teria sido condenado pela justiça a me
indenizar por ter feito uma afirmação falsa de que eu teria sido expulso
da Itália por ter roubado uma obra de arte.
Na época em que Clodovil disse isso a uma revista, eu o processei e
ganhei uma reparação, estando este assunto morto e enterrado junto com o
seu autor. Não havia motivo e nem razão para retomar esse assunto,
principalmente porque o Clodovil não está mais entre nós para se
manifestar, tornando-se assim uma pergunta mesquinha e covarde. De
qualquer maneira, este episódio com o Clodovil nada tinha com a
afirmação feita pelo apresentador Brito Junior, tendo ele abusado de seu
posto de apresentador e entrevistador, devendo, juntamente com sua
produção e a televisão, responderem pelo abuso praticado com o poder da
mídia.
Morei na Itália por três anos. Trabalhei para Valentino, Pino Lancetti,
Renato Balestra. Vesti a imperatriz Sarah Diba do Irã, as atrizes
Claudia Cardinale e Sidney Rome, assim com a Duquesa Marina Lante Della
Rovere, dentre outras. No Brasil Cristina Ford foi por mim vestida. Não
vim do nada e por um golpe de sorte cheguei ao topo. Minha trajetória é
uma história de muito trabalho, dedicação e criatividade. E, pelo que eu
soube posteriormente, tinham me chamado ao programa para me
homenagear!”