A tão esperada morte de Jéssica (Carol Dieckmann) de "Salve Jorge",
ocorrida na noite desta segunda-feira, rendeu 37 pontos à trama (cada
ponto equivale a 61 mil domicílios). A novela só havia registrado esse
número no segundo capítulo. Depois, a audiência só foi caindo. A cena
foi digna de filme de terror. A câmera lenta fez o coração palpitar,
mesmo que o telespectador já soubesse o que iria ocorrer. Um amigo do
blog indagou: "Quem anda com injeção com uma fórmula letal na bolsa?".
Segundo Gloria Perez comentou em sua página no Twitter na noite de
ontem, é assim que uma quadrilha mata as moças traficadas que causam
"problemas". Os corpos aparecem jogados em um canto qualquer e a causa
da morte é overdose.
Seria tudo muito fantasioso se não estivéssemos falando de um negócio
sujo que movimeta milhões e milhões e só perde para o tráfico de
drogas. E outra coisa, o telespectador mais atento já reparou que a
novela não tem tantas cenas fortes assim. O horário não permite. A trama
é tensa, mas não vemos uma menina fazendo programa de verdade (uma
insinuação um pouco mais convincente valeria), apanhando do cliente,
usando droga para aguentar aquela vida ou sendo obrigada a suar para se
soltar. As figurantes traficadas nem sequer falam.
Logo, ficaria muito surreal uma personagem que causa tantos problemas
para uma quadrilha (e estamos falando de bandidos da pesada) viver
tanto tempo em uma história. Ok, Carol estava bem no papel, mas alguém
tinha de morrer nesta trama que aborda o tráfico humano (não é um conto
de fadas!) e isso nunca aconteceria com uma mocinha (não nos três meses
de uma novela).
Vilã e virada

Quando se tratada de canalhice em novelas, a gente prefere uma
Carminha, claro, que grita, bate, cospe, canta ou sapateia na mocinha,
mas não dá para ter uma Carminha em todo folhetim nem na vida real, né?
Muitas vezes, a pessoa que mais faz maldades é aquela que a gente menos
espera, que ri dos inocentes pelas costas e, assim que possível, dá o
bote e ainda faz cara de santa. No capítulo de hoje, por exemplo, Lívia
vai se fazer de amiga de Morena, abraçá-la e tudo mais. Infelizmente,
está brotando gente assim no mundo.
Em tempo: o blog já cansou de dizer que nem sempre as novelas de
Gloria Perez fazem sucesso desde o início e "América" é um belo exemplo
disso. Mas, geralmente, ela consegue se recuperar. A autora não tem medo
de reinventar uma história. Será que desta vez, depois de muitos
tropeços, "Salve Jorge" engata? Vamos aguardar.
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