O "Programa do Jô" iniciou a semana tendo como um dos seus
entrevistados o ex-jogador Vampeta, personagem engraçado que sempre
rende boas respostas. O polêmico boleiro contou a Jô Soares as várias
histórias que costuma contar nas entrevistas que concede, entre elas a
de como decidiu posar nu para a revista "G Magazine", publicação voltada
ao público homossexual masculino.
"Isso começou com uma brincadeira lá no Corinthians. Toda segunda o
[conjunto musical] Arte Popular fazia um jogo, e no Corinthians a gente
era muito amigo. Tinha também um grupo chamado Quebradeira, de axé, e um
dos dançarinos posou nu. Aí falaram: 'jogador de futebol não tem
coragem de posar nu'. E eu respondi: 'bota moeda pra ver se eu não
poso'. E chutei. Disse que queria R$ 80 mil. Ganhava 25 mil no
Corinthians. Tava o cara da revista lá, ele fez o cheque e eu disse:
'marca o lugar que eu faço. Nasci nu e tô vestido. Pode mandar'."
"Pô, isso deu uma confusão lá no Corinthians. O Vanderlei
[Luxemburgo, seu treinador na época] falava assim: 'você é louco. É o
[camisa] 8 da seleção e o 5 do Corinthians. O que é que você fez da sua
vida?' E falei: 'posei nu'. Ele ficou louco, mas deu tudo certo. O
Corinthians foi campeão brasileiro em 1998, aí começa 1999 e a gente
ganha o Campeonato Paulista, o Brasileiro de 1999 e em 2000 ganha o
Mundial, então não teve aquilo de estar num momento ruim. Na seleção, a
gente ganhou a Copa América", recorda.
Outra história clássica na vida de Vampeta que o ex-jogador voltou a
contar, dessa vez para Jô, foi a que envolvia a sua passagem pelo
Flamengo, onde, segundo ele, fingiam que o pagavam e ele que jogava
futebol. "Após a Copa de 2002, tava jogando um torneio em Belém e os
jogadores do Fluminense não iam jogar contra o Corinthians e resolveram
me perguntar: 'Vampeta, quando você jogou no Flamengo, você recebeu
lá?'. Aí eu falei que não e que enquanto o Flamengo fingia que pagava,
eu fingia que jogava. E aí gravaram, fui parar no 'Jornal Nacional' e o
Parreira [técnico de Vamp no Corinthians] falou que eu teria que dar uma
entrevista coletiva para me explicar. No dia, eu cheguei e disse: 'já
sei o que vocês querem saber. Pois bem, o Flamengo fingia que pagava e
eu que jogava'. E acabou a coletiva", lembrou.
O ex-jogador, agora cartola, vice-presidente do time do Grêmio
Osasco, falou também sobre as famosas cambalhotas na rampa do Planalto,
logo após a seleção voltar ao país campeã do mundo na Copa de 2002, na
Coreia e no Japão. "O Brasil é campeão, a gente vinha na primeira
classe, a dos atletas, e na econômica estavam os familiares e alguns
repórteres. Aí resolvi ir pro fundo e comecei a beber. Do Japão pra cá é
tão longe que eu ficava bêbado, depois ficava bom, ficava bêbado,
ficava bom, só que na chegada ao Brasil foi a parte que eu tava bêbado e
aí na carreata um torcedor jogou uma camisa do Corinthians, e eu a meia
e o agasalho da seleção. Eu não tenho nem aquela medalha que o Fernando
Henrique me deu. Eu perdi. Naquelas cambalhotas, eu nem sei onde foi
parar", contou, rindo da situação.
E acrescentou: "há dois anos, eu fui na casa do Ronaldo Fenômeno
jantar e tava o Fernando Henrique e o [José] Serra lá. Aí eu falei: 'em
Brasília, só tem três caras que têm história. Tem eu, o senhor e o
Juscelino [Kubitschek, ex-presidente]'. Eu fui o cara que deu as
cambalhotas nessa rampa. E ele [FHC] comentou: 'pô, você tava bêbado pra
cara...'. E eu respondi: 'pô, hoje a gente tá bebendo aqui sem ganhar
nada'".
"Se é o Lula, ia comigo ali [na cambalhota na rampa]", brincou Vamp.
"O Lula chegava antes", acrescentou Jô, arrancando risadas do ex-jogador
e da plateia.
Aproveitando que o papo envolvia bebida, o apresentador ofereceu um
uísque a Vampeta que, claro, não recusou. E ambos voltaram a tocar no
tema "bebida". Dessa vez, sobre o dia que o engraçado ex-jogador disse
ter bebido sem saber o vinho que o também ex-boleiro, Ronaldo, ganhou do
então papa João Paulo II.
"Fui pra Inter de Milão e eu tava morando num hotel, enquanto o
apartamento não tava pronto, aí o Ronaldo falou para eu ir para casa
dele. Uma cobertura dele. Aí um dia, chego na casa do Ronaldo, a adega
lá, eu abro um vinho e eu tomando vinho. Só que o Ronaldo foi fazer uma
visita ao papa João Paulo II no Vaticano, levou uma camisa da Inter de
Milão, e o papa deu um litro de vinho para ele. Adivinha o vinho que eu
abri sem ninguém me falar? O vinho que o papa deu pro Ronaldo. Tive que
explicar e ele falou: 'depois você me paga com um vinho abençoado pelo
papa'. Agora, tem como pagar. O papa é argentino. Acho que eu vou tentar
pegar um lá para pagar o Ronaldo", disse, Vamp, em mais uma entrevista
engraçadíssima do jogador na TV.
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