domingo, 24 de março de 2013

SBT: Programa de Christina Rocha é “telebarraco”; briga com convidada comprova

Não adianta Christina Rocha esbravejar, surtar ou tentar se explicar. Seu atual programa no SBT é, sim, uma baixaria assim como o que comandava anteriormente (“Casos de Família”). Isso ficou ainda mais claro na própria atitude da apresentadora, na edição da última segunda-feira (18/03), do “Quem Convence Ganha Mais”. Quem foi mais barraqueira? Ela ou a convidada que disse que se a filha fosse bacana não a teria levado para participar de uma coisa daquelas?
A garota argumentava que a mãe era negligente no cuidado com os filhos e priorizava os bailes funk com o namorado. A mulher tentava convencer os jurados do contrário, mas foi retirada do palco a pedido de Christina, após questionar o nível da atração. Aos gritos, a apresentadora ainda teve a coragem de chamar a convidada de “agressiva”. Chega a ser irônico.
Sinceramente, nem acredito que a intenção da mulher tenha sido a de insultar, mas de colocar que não precisariam lavar roupa suja em público. Foi infeliz ao não encontrar a palavra certa na hora de se expressar. Ouvir “lugar desse” e “baixaria” foi a gota d’água para a apresentadora fazer uma tempestade – essa com intenções muito bem definidas.
O papel de Christina foi mais uma vez o de se fazer injustiçada. Tentar convencer (olha só!) que tantas críticas que o programa recebe são infundadas. Inútil querer tapar o Sol com a peneira. Mas, na posição em que se encontra, óbvio que foi quem terminou aplaudida. Será que convenceu de verdade? Mesmo indignado diante de tanto desrespeito com a moça, quem iria contrariá-la? Porém, até palmas na televisão nem sempre são lá muito espontâneas (para isso existem os animadores de plateia).
Sejamos sinceros: a convidada sabia muito bem onde estava se metendo e, provavelmente, só se sujeitou por uns míseros trocados. Quem conhece esse tipo de programa sabe que ninguém está lá por acaso, que os participantes recebem cachê (ou como preferem, nesse caso, prêmios em dinheiro) e que são incitados pela produção a pegar leve ou pesado. Se não fosse pela grana quem em sã consciência iria se expor em algo do gênero?
Mas qual o intuito de humilhar uma pessoa, como tantas outras que por ali passam esperando um mínimo de receptividade e cordialidade por parte da anfitriã? É o mesmo que destratar um convidado de sua casa, que só entrou porque você autorizou. A arrogância muitas vezes não permite a alguns apresentadores – que gostam de bancar os donos da verdade - tratar essas pessoas como deveriam. Se não fossem elas, quem os ajudaria a sustentar esses circos eletrônicos? Se tivesse um nível educacional, social e econômico melhor, esse povo ficaria longe de uma cilada dessas. Mas aí é outra história...
Só parte para a gritaria quem não tem argumentos. A partir do momento em que se excede, a pessoa perde a razão. Quando se tem nível para o debate, a coisa não descamba. E ninguém da produção, da direção ou mesmo a própria Christina - já que a atração é gravada – para evitar que esse “excesso” fosse ao ar. Seja lá qual for o propósito, o tiro saiu pela culatra. Ficou muito feio para a “dona da casa” que não soube se preservar e contornar a situação. Fez tipo? Tem aquele perfil mesmo? Vestiu uma personagem? Plantou dúvidas na cabeça do telespectador.
Popular ou popularesco? - Não é de hoje que Christina é associada a barracos em programas televisivos. Me lembro de, ainda criança, vê-la sempre “quebrando o pau” em debates, batendo boca com antagonistas como o “eterno machão” Jece Valadão (1930-2006). Cria do polêmico “O Povo na TV” (dos anos 80), ela é volta e meia escalada para tal missão.
Os “telebarracos”, comuns também em outros países latinos, só servem para humilhar e reforçar uma série de estereótipos e preconceitos. Ou seja, um desserviço à sociedade. Não adianta querer comparar a atração de Christina com a que Silvia Poppovic tinha na Band, por exemplo. Os programas de Silvia davam sua contribuição ao tentar nos fazer entender os dramas familiares e amenizar conflitos pessoais. Um retrato do comportamento humano com respeito e seriedade.
Ser apresentador de um programa popular não é demérito para ninguém. Fausto Silva, Luciano Huck, Rodrigo Faro, Gugu Liberato, Eliana, o próprio Silvio Santos (dono do SBT)... Todos querem popularidade, fazer programas para as massas e faturar com isso. Se não quisessem audiência, ficariam na TV fechada com um projeto de conteúdo mais erudito e falando para os amigos.
“Casos de Família”, “Quem Convence Ganha Mais” e similares (que já vimos Ratinho, João Kléber, Márcia Goldschmidt, entre outros, comandarem) são popularescos - de qualidade e gosto muito duvidoso. Tanto que foi criada a campanha nacional “Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania”, afastando anunciantes de produtos desse tipo – ainda que deem Ibope (só que sem dinheiro, não há quem se sustente).
O “Quem Convence Ganha Mais” - que já teve a ex-atriz e hoje psicóloga Suzy Camacho à frente - voltou ao ar enquanto deram férias para o “Casos de Família”, que quando era comandado por Regina Volpato teria sido considerado light demais. Christina chegou para fazer barulho. E que barulho! Se a reputação (do programa) não era boa, imagina agora depois dessa baixaria? É possível ser um(a) apresentador(a) popular sem estar numa atração popularesca. Se indispor com convidado - ainda que pra revidar uma suposta provocação – é o fim. Alô, Christina!?

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